Cap. 01 As Regiões Naturais

 

CAPÍTULO I

As Regiões Naturais

    No quadro das "paisagens geográficas", apresentam-se o Sole e Subsolo, o Relevo (alturas e depressões), o Clima, a Hidrografia e a Vegetação, como fatôres de definição.

     A vegetação é, de todos os acidentes, o que mais caracteriza os panoramas de uma região.

    No Nordeste, (e isso se observa mais acentuadamente em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte), a vegetação impõe quase que três aspectos, distintos: a Mata, o Agreste, o Sertão.

   É bem verdade que cinco vegetações distintas aparecem na Região Nordeste: a Floresta Equatorial, que é um prolongamento da Amazónia em, território Maranhense, dando lugar aos cocais de Ba­baçu, para leste, a Floresta Tropical, do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, quase que dizimada, pelo plantio da Cana-de-Açucar; o Cerrado, no sul do Piauí e do Maranhão, e oeste baiano, onde surge a carnaúba, "árvore da vida" do nordeste; a Vegetação Litorânea, com alagadiços e coqueirais praianos; a Caatinga, abrangendo maior parte do Nordeste.

   Mas, em termos de sobrevivência, preferimos pensar numa Zona de Matas, num Agreste, num Sertão.

   Para nós, interessam-nos, sobremaneira, os dois últimos.

1) O AGRESTE: esta área, que se estende do Rio Grande do Norte até Alagoas, começa, praticamente onde se podem notar os últimos vestígios da Zona da Mata.

 É, na verdade, uma área de transição, com características próprias, que termina onde começam os Sertões, no topo do Pla­nalto da Borborema.

           No Agreste, o chão das Caatingas é alternado pelos Brejos, verdadeiros vales, sempre verdes, ainda que nas secas, com a pre­sença de roçados, açudes e aldeias.

 2) O SERTÃO: Raream-se os "Brejos", vales férteis e sem­pre verdes, não mais se alternando com as Caatingas.

se distingue; então na-caminhada para o interior a pre­sença do Sertão, semi-árido, de terreno cristalino, que esbarra, a oeste, nos Cocais e no Cerrado, e, em direção ao Sul, penetra em Minas Gerais

          É o "Sertão do verde quando chove", repetindo Hílton Sette. É mais um dos contrastes nordestinos. Terra de seca-inclemente,se não chove pouco mais de 9 meses, muda seu aspecto, quase quenum milagre após o segundo ou terceiro dia de chuva, o solo permeável, não retém as águas das chuvas

Para compensar, a natureza revestiu essas terras de: plantas cactáceas (amigas das secas), plantas essas que retém água em seus caules, devido membrana inpermeável que-as-envolve, difi­cultando a evaporação;

          São elas o xique-xique, mandacaru, gravata, facheiro, etc.

          Um outro recurso, para evitar a evaporação da pouca água ar­mazenada no solo, e a queda das folhas das pequenas árvores", que cobrem o chão. daí o aspecto desolador da Caatinga, durante o estio.

          Pode-se distinguir o Sertão Alto, do Sertão Baixo. O primeiro com maior incidência de chuvas, e uma vegetação mais exuberante, razão da existência de núcleos populacionais.                             

O segundo, o Sertão baixo, de clima ainda mais seco e ter­mais- pedregosas, é mais inóspito à sobrevivência. 

        Contudo, as cheias do São Francisco, que nele serpenteia, regam e adubam a terra, permeando suas águas por seus afluentes, facilitando a agricultura.