SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA PARAÍBA

A Paraíba, possui parte de um grande complexo arqueológico, que abrange tanto o litoral brasileiro, como o seu interior, são centenas de Iqcais com presença de testemunhos arqueológicos, os quais estão quase sempre sem nenhuma proteção e aos poucos estão sendo destruídos. Foi no estado da Paraíba que se registrou o primeiro sítio arqueológico do Brasil. "Feleciano Coelho, então Capitão - Mor da província da Paraíba em 1580, registrou em seus autos a presença de uma pedra lavrada próximo ao rio Arasoagipe, eram gravuras e desenhos de cruzes e molduras em formação rochosa".

As Itacoatiaras do Ingá, é outro privilégio que nos paraibanos temos, inserida no rio Bacamarte no município de Ingá, possui o maior conjunto rupestre de gravuras concentrado em um único megalítico, são três painéis com belas e intrigantes figuras. Com certeza as itacoatiaras do Ingá são as mais famosas do Brasil.

Os sítios arqueológicos da Paraíba são de vários tipos: Abrigo sobre rocha (com pinturas rupestres, material lítico, vestígios de fogueiras, cacos de cerâmicas e quase sempre com sepulíamentos humanos), sítio de industria lítica ( com grande quantidades de micro lascas, ponta de flechas, forno para aquecimento da pedra, incisões nos blocos de rocha para polir o material lítico, etc.), Matacões com pinturas e/ou gravuras rupestres, quase sempre estes sítios estão localizados no alto de serras e serrotes. Por fim as Itacoatiaras, que segundo Gabriela Martin, são obras dos povos Cariris e que. estão ligadas ao ritual das águas. Os sítios mais pesquisados pelo PROCA, são os de registros rupestres, pois são eles o de maior quantidade e que precisam de maior proteção. "O homem aprende a desenhar nas paredes das pedras à cerca de 30 mil anos atrás e dá origem a um complexo e temático acervo pré-histórico, onde já se pode pensar em um tema, estilo, tradição dos povos primitivos, os quais através de sua arte pintada ou gravada nós revela parte do seu cotidiano. Na mistura de cores e formas, os vestígios rupestres apesar de serem muito valiosos, são talvez o mais frágil de todos, provavelmente por serem o mais explicito é exposto as intempéries, ou pior, a ação destruidora do homem".

Segundo levantamento bibliográfico e de campo realizado pelo Programa de Conscientização Arqueológica - PROCA, a Paraíba possui mais de 1000'sítios arqueológicos, os quais estão mais concentrados no interior do estado.

A professora Ruth Trindade de Almeida, pesquisou e publicou em 1979 o cadastro de 49 sítios arqueológicos e indicou mais 45 ocorrência nos Cariris Velhos. A pesquisa de Trindade foi sobre a Arte Rupestre nos sítios arqueológicos do Cariri paraibano. Até hoje o livro de Trindade serve como guia para a pesquisa arqueológica na Paraíba. Outra publicação que serve de fonte de pesquisa é "INDÍCIOS DE UMA CIVILIZAÇÃO ANTIQUÍSSIMA" de José de Azevedo Dantas, publicado pela editora A UNIÃO, Biblioteca Paraibana - 1994. Além dessas duas publicações, não se dispõe de nem unia outra obra, que merece citações. Pois os artigos e livros sobre o assunto, falam sempre dos sítios já catalogados e citados nas duas publicações mencionadas anteriormente.

Os sítios arqueológicos, não servem apenas para a compreensão e construção da pré-história, servem também para a exploração turística, a qual sendo bem organizada e difundida poderá ajudar as comunidades que habitam as proximidades dos sítios arqueológicos. Claro que é necessário um estudo de base interdisciplinar para se estalar a visitação turísticas nos monumentos pré-históricos, pois um sítio arqueológico é bastante frágil e sua destruição é irreversível, devemos lembrar que o homem ao esculpir uma rocha ou desenhar, estava ele em contexto com seu tempo e espaço, não podendo hoje atribuirmos valores atuais, desta forma uma vez pichado ou danificados por outros meios, dificilmente será revertido o quadro destrutivo. Os vestígios que estão sedimentados , mesmo estando afastado da visão imediata dos curiosos, não está longe de ser danificados, pois por menor que seja a remoção de posição de um objeto, o resultado cronológico poderá ser de milhares de anos de erro e se tirada a peça sem o devido trabalho arqueológico, poderá o objeto virar peça de estante sem contexto algum.

Um sítio arqueológico isolado não tem tanta importância para o estudo da Arqueologia, o quanto tem um conjunto de sítios, pois um sítio arqueológico sempre está em contexto com outro, a flora também é muito importante na análise, devendo esta também ser parte do sítio e consequeníemente protegida.