Cap. 03 Alimentos

                       Em regiões tão inóspitas, quando nas Secas, não poderíamos pensar em recursos fáceis. Contudo, a sobrevivência é possível. O Sertanejo “antes de tudo um forte", ensina-nos grandes lições.

I CACA

          A caça, ainda que difícil, não é impossível.

Devido à seca, os animais se recolhem, ocultam-se, refugiand-se em locais menos desfavoráveis.

Mesmo assim, podemos encontrar, em plena Caatinga, aves, como o nhambu, a perdiz, a cordoniz, a rolinha, a codorna, a se­rena e a ema.

O tatu-peba, a tatu-bola, a préa, o lagarto (tejo), também habitam essas regiões.

Uma atenção especial deve-se dar ao lagarto: se esverdea­do, ou ainda, esverdeado com pintas pretas, rabo longo, êle não se presta para alimento. De igual modo, se apresentar costa não ser­rilhada, e papo de vento abaixo da boca.

"Alguns" habitantes do Sertão contestam essa restrição fei­ta ao lagarto  é Preferível ficar com os outros, que afirmam ser real

II — ALIMENTOS VEGETAIS

a)  Umbu: é na verdade, uma dádiva da natureza ao sertane­jo. Frutifica no período dezembro-março.

Além de fornecer água, como já vimos, seu fruto é um excelente alimento. Um agradável doce é conseguido, das batatas de suas raizes (rafôfas). Basta, para isso, adicionar mel, e cozinhá-las

b)  Quixaba: assemelha-se à uva preta, e frutifica no período novembro - maio.

c)   Murici : pode ser localizado pelo cheiro forte que emana, Amarelo, é semelhante à ervilha, em tamanho:

d)  Araticum: fruto amarelo, parecido com a graviola.

e)  Fruto da Palma, e do Mandacaru: frutos vermelhos, com muitos espinhos na casca. O uso abusivo pode trazer complicações

intestinais

f)    Joá: fruto do joazeiro, árvore que conserva suas folhas verdes, ainda que em plena seca.

O fruto é pequeno e muito doce. Tanto o fruto, como a casca; produzem uma interessante substância, que, como meio de fortuna, substitui o dentifrício.

Consumir o joá, por mais de dois dias, é se expor a perturbações intestinais e hepáticas (fígado).

g)   Ouricuri (catolé): fruto de um arbusto tipo coqueiro-anão

Ingeridos pelas as cabras, somente a polpa é absorvida na di­gestão. Os cocos, que "sobram", então, são encontrados no estrume de caprinos.  São um precioso alimento.

A casca, do ouricuri pode ser cozida e aproveitada como almento.

 

h)            Pequi: abundante nas regiões do Ceará e Piauí, particu-
larmente na Chapada do Araripe.

O pequizeiro é uma árvore de grande porte, e seu fruto é rico em óleos e vitamina A

i)             Coroa de Frade: é uma curiosa planta, que se assemelha
a uma coroa depositada sobre o solo.

Os frutos, semelhantes ao das demais palmas, constituem-se num excelente alimento.

J) Xique-Xique: obtemos uma semelhança de macaxeira (madioca), quando assamos os pedaços mais_verdes_do Xique-Xique           

k) Macambira: seu miolo, depois de assado, apresenta sa­bor agradável e adocicado.

I) Coco da Carnaúba: tida como "árvore da vida" do Nor­deste, a carnaúba é uma característica da-paisagem maranhense e piauiense.

Contudo, ninguém se surpreenderá ao encontrá-la em ou­tros pontos do Nordeste, ora isolada, ora em concentrações, a cir­cundar açudes, cacimbas e barreiros, ou a rodear brejos. O sertão do R. G. do Norte é um exemplo.

Em alguns casos ocorre encontrá-la não longe do marrom se presencia nos mangues do Jaguaribe, em Aracati, ou em Canguaretama, na Paraíba.

 

III  MEL DE ABELHAS: as abelhas do tipo sanharó, capu-chu, italiana e abelha-cachorro, também trabalham na Caatinga. A abelha uruçu é mais rara.

O mel do inxu-chapéu deve ser evitado, quando nas proximidades existirem macegas de aveloz. O mel colhido, então, pode ser venenoso.

IV Sucedâneo para o Café. o "Agreste", mais benevolen­te que o Sertão, oferece a manjiroba, o mata-pasto e o féijão-guandu.

- As- sementes das vagens, torradas e moídas, podem substiuirmo café