Dica para o verão: aprenda sobre a ação do sol

O Dr. Clemar Corrêa, especialista em medicina outdoor e responsável pela área médica nos principais eventos de aventura do país, explica a ação e os riscos do Sol e do calor.

Mesmo que o sol e o calor não pareçam intensos, devem ser evitados ao máximo. Suas ações são acumulativas e perigosas. O atleta pode insidiosamente se tornar um candidato a queimaduras, desidratações graves e/ou hipertermia. Em locais com vento forte (mesmo o vento relativo de trechos de ciclismo, rafting ou canoagem) ou ambientes molhados como rafting, canoagem e natação, a ação do sol é menos percebida e surgem importantes queimaduras de pele que só são percebidas tardiamente.

O atleta nas corridas de aventura, sob sol intenso, deve usar protetor solar, protetor labial, bonés, lenços para a parte posterior do pescoço, além de camisas e calças especiais. Sob calor intenso e exercício forte, surge o suor excessivo. Isso pode levar à desidratação e perda importante de eletrólitos (conhecidos como “sais minerais”), principalmente de sódio. A tendência é o atleta tomar muita água e não repor adequadamente essa perda de “sais”. Pode surgir então a chamada “hiponatremia” que é uma diminuição da concentração de sódio no sangue. Um dos primeiros sinais disso são as câimbras generalizadas e persistentes, mesmo nos atletas bem treinados (e comumente esses atletas não entendem por que estão com tais câimbras).

Assim, a hidratação deve ser não apenas com água, mas sim com as chamadas bebidas isotônicas, que irão repor principalmente a água e os eletrólitos perdidos. Por outro lado, a sede é um sinal um pouco “atrasado” de que o corpo precisa de água. Quando ela surge, normalmente já existe uma leve desidratação. Assim, durante as provas, não se deve esperar por ela para se ingerir líquidos.

A hidração deve ser a melhor possível.